A música de mestres incertos,
De tempos em crise que nunca terei,
De fatos insólitos que se desemaranham em poesia,
Música.
Invejo a dor deles,
Não é minha dor fútil,
Nem simples egoísmo da poesia de meu coração.
De que fatos devo eu cantar por devaneio?
Será que das bobagens de um desdedado?
Dos roubos constantes dos deseticizados?
Quem dera fosse Chico para escrever da que me deixou,
Ou talvez do silêncio que se passou,
Por algum motivo da roda viva que assim rodou.
Sinto a poesia se afundando no meu passar.
Aquela época em que não mais necessitam de nós,
Em que não mais nos lêem.
O anjo negro bate a minha janela,
Sussurra para que eu só ouça:
- Seja algo antes que eu o toque.
E assim vivo esperando o meu momento
Sabendo que nem sempre minha arte estará lá.
Talvez me dê vontade de gritar,
Gritar para ninguém ouvir,
Para passar em mim,
Simplesmente gritar Aleluia!
Talvez eu não possa queixar-me só,
E deixar o mundo apenas me dominar.
Um dia sim eu vou falar com a mão no peito,
Sentir junto com aquela minha amada,
Pensar e só gritar: Aleluia!
Gabriel Vitor Tortejada
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