03 janeiro, 2010

Do sonho

Sonhei que um sábio sem sombra subiu à minha porta,
Com cansaço em seu semblante sussurrou sem medo,
Dos simples sabores, das sátiras sugadoras
E sonhos perdidos.

Rasguei seda, rompi barreiras,
Ralhei por rombos em minha alma.
Armei-me por calar a realidade,
Sufoquei-me por abismos criar.

A vontade existe no tártaro de meu ser,
O olhar congela com o toque da morte,
E a cada instante me mata mais.
Nunca me senti tão vivo.

O fato foi que o tempo conspirou,
Com ponteiros tortos e sem movimento aparente.
A dor na mão se tornava insuportável
E cefalicamente não queria parar.

O sonho veio e foi sem que eu fosse pestanejar,
A eternidade se passou sem ao menos eu lembrar
Que o sábio estava lá a me olhar.

O sábio sentiu assim não estar em seu lugar
E subiu mais até assim se assentar,
Em uma casa tão simples e sem que eu saiba ser sucinto
Só sei que não estava mais lá.

Gabriel Vitor Tortejada

Um comentário:

Athina Path disse...

adooooooooro poesia! :D
a sua está maravilhosa.As figuras de linguagem e a seleção lexical mostram como você é um moço culto :D