22 julho, 2008

Fala-me de amor,
Que te falo de ódio.
De maneira que os dois
Parecidos são.

Fala-me de amor,
Que te falo de ilusão.
De maneira que os dois
Sejam o mesmo.

Fala-me de amor,
Que te falo de sofrimento.
De maneira que um
Se torna o outro.

Fala-me de amor,
Que te falo de felicidade.
De maneira que os dois
Nunca se encontrarão.


Gabriel Vitor Tortejada

21 julho, 2008

Oh! Amor que me persegue,
Palavra maldita cujo significado,
Nem ao menos o maior amante sabe.

Oh! Pessoa da qual gosto tanto
Será amor isso que sinto?
Essa profunda admiração divina?

Mas se concordar,
Estarei jogando fora tudo que acredito.
Mas o que é a crença?
Senão idéias impostas por uma sociedade rígida?

Mais que amigo desejo ser,
Mas será isso o que ela quer?
Insegurança, medo, atração, fixação.
O que diabos acontece comigo?


Gabriel Vitor Tortejada

08 julho, 2008

O Lamento dos Fracassados

Como pode ser real essa dor que sinto,
Se cores me agoniam,
Se sorrisos me entristecem?

Como posso me dizer humano,
Se invejo e ainda assim desejo bem?

Como posso tornar real
Se a dor se oculta
Se o sentimento se esconde?

Como posso aceitar fácil,
A justiça dos tolos, e o julgamento dos fúteis?

Como posso ficar calado,
Se a dor me sufoca,
Se a corda me enforca?

Como posso aprender com um erro,
Se sou punido em dobro?

Como ainda posso viver,
Se me sinto fracassado,
Se me sinto arrasado?

Se errei, sinto muito;
Se julguei, me arrependo;
Não chorei, mas desejo;
Pois a punição castigou,
O que não se tinha mais a castigar.


Gabriel Vitor Tortejada