30 maio, 2009

Perdi-me tempos atrás,
Não há como achar,
Senti-me como agora,
Não agüento facilmente.

Não sinto minha dor,
Mas choro por ela.
Agonizo em vão,
Não vejo nada para isso.

A confusão de uma dor,
Um aperto sem explicação,
Uma mágoa sem sentido

Caminho seguindo uma batida,
Um ritmo sem compasso,
É meu coração sem razão.

16 maio, 2009

Em busca de inspiração

Olhava sem esperanças para a tela branca, o que mais resta em minha mente? Pensava, nunca havia passando tanto tempo sem apresentar novos trabalhos, parecia que todos os seus sentimentos haviam sido sugados, ou melhor, todos se concentravam em apenas um acontecimento, em um nome, em uma ação.

Naquela noite sentia-se o pior dos amantes. Havia sem intenção, sem a menor intenção, deixado aquela garota confusa. Era interessante como nunca havia ligado para isso antes, mas aquilo era errado, não só com ela mas com os seus próprios sentimentos. Não é mentira que a desejava, mas não conseguia acreditar que algo assim poderia ocorrer tão tardiamente. Suas veias pulsavam magma, sentia-se quente, seu coração doía de calor, dor sem igual. Daquelas quais ele lembra-se querer, o desejo não estava mais ali presente, com ela ou sozinho. Mas a havia perdido, sozinho então.

Não conseguia pintar mais, apenas pensava nela. Aquele não era tempo para confusão, era tempo para certezas. A havia perdido, nada mais a fazer além de continuar, mesmo sabendo que aquele singelo órgão que bombeia sangue doía como nunca. Concentração, concentração. Apena borrões de tinta, eis então que surge a idéia, refletir o que sentia, de maneira mais explícita o possível, sem perder a sutileza.

Uma mulher de vestido, vestido enorme, cheio de babados, de costas para quem vê. O vestido é rosa, o corpo levemente inclinado para a direita proporcionando uma perfeita visão de o que a mulher estava segurando com a respectiva mão: Um coração flamejante, escorrendo lava e cuspindo fogo. O resto, escuro.

Gabriel Vitor Tortejada