24 agosto, 2008

Le chaos

Surgi nesse mundo de trevas,
Cresci num ambiente de ordem.
Uma ordem forçada.
Um cenário escondido na realidade.

Pela dor da rotina,
Pelo cansaço no normal.
O humano procura algo que não é
Uma organização falsa e incomum.

Pelo caos se sabe,
Se cria, se destrói.
Esse é o início e o fim.
É o criador e o algoz.

Gabriel Vitor Tortejada

20 agosto, 2008

Fixação

Digo o que me cativas,
Tua graça,
Teu jeito,
Tua maneira de falar
O que exatamente quero ouvir.

Sobre dias a conversar
E noites a filosofar.
No verso
Ou na prosa
Estás lá para ver.

És a beleza teu fato marcante?
Mas que beleza estaria falando?
A verdade em seus olhos;
A carícia de tuas palavras;
Ou a doçura de teu sorriso?

Como cativar algo novo,
Marcante e intimidante?
Como conquistar aquele coração
Tão misterioso
Que tanto anseia a libertação.

Gabriel Vitor Tortejada

01 agosto, 2008

Às vezes na noite

Numa noite qualquer, num lugar obscuro o poeta escreve seus lamentos e lamúrias sem nenhum pudor. Os amores fracassados, dizeres desperdiçados e fazeres fracassados. Enquanto ele se limita em seu dito universo particular, pessoas afora fazem diversas coisas que nenhuma mente sozinha seria capaz de imaginar. Sendo, que a maioria, estaria dormindo.
Tristes histórias de um coração desmantelado são contadas por dedos hábeis e uma mente ávida. Um quarto pequeno, apagado, quase sufocador tinha apenas um foco de luz. Chama amarelada, dançante aguçava a imaginação daquele mero pensador. Os sentimentos provocados, as sensações. Ódio, amor, êxtase, medo, agonia. Tudo misturado e sentido em uma simples idealização do que acontece no profundo id deste ser.
De longe ouve-se onomatopéias seguidas em um ritmo interminável, criadas por um objeto antiquado coberto por teclas e cheio de folhas de papel. Um barulho quase enlouquecedor. Parece que o ritmo das tecladas aumenta de acordo com as batidas do coração deste inepto ser. E no clímax desta sinfonia, quando a seqüência parece não poder ir mais rápido há uma parada súbita, seguida por apenas mais três sons, que indicam três letras, no rodapé da página, quase escondida, uma palavra: Fim.
Agora, no fim dessa história, pergunto à quem lê. O que é real?


Gabriel Vitor Tortejada