23 março, 2009

Por detrás de minhas máscaras


Naquela noite que parecia sem fim, notícias ruins acumulavam-se no ar. Não me julgue pela minha resposta instantânea ou reação inesperada, o dia que tive não foi dos melhores. Tenhas certeza que mal desejo para alguns, mas para ti, nunca. Não te desesperes por minhas respostas monossilábicas e frases secas, eu sou assim em algumas ocasiões e, quase sempre, sem explicação.
Não te atormentes pelo que penso ou sinto, sou egoísta demais, o que te dá o direito de seres comigo também, mas tenho certeza que não serás. Acho que a palavra conformismo foi mal usada e um pouco exagerada, digamos que acostumar fica melhor colocada.
Entendas que às vezes sou irracional e desumano, maneira de esconder o quão frágil posso ser por dentro, o quanto de falar que não sinto, sinto duas vezes mais. Não acredites naquele “Eu” que diz que nunca amou ou irá amar, talvez ame ou já tenha amado, mas ainda não hei descoberto.

Gabriel Vitor Tortejada

18 março, 2009

Timidez

Falta-me impulso.
Seus olhos e gestos flertam comigo,
Implorando por algumas palavras.

Vontade não falta,
Observar já se torna incômodo,
Volta o antigo problema da maldita timidez.

O meu silêncio se revolta querendo cessar,
Minha boca gritar
E os olhos cerrar.

Não acho justo o jeito que sou,
Como me tornei?
Não sei,
Mas mudar se torna mais difícil do que imaginar.

Tem vezes que penso na outra.
O que ela mudou em mim?
Por que não posso repetir o que já fiz?
Se conhecer não é difícil,
Pergunto-me porque não consigo.

Acho interessante como sou.
Não importa onde ou como,
Não importa como pensarei,
Mas encontro sempre maneiras de me torturar.

Gabriel Vitor Tortejada

11 março, 2009

Tédio

Ah! Que vontade da morte.
Como o tédio corrói.
Invade cada pedaço meu de paciência
E me agoniza com loucura.

Olho para os ponteiros,
Parece-me que andam para trás.
Minha percepção se corrompe
E o tempo conspira contra mim.

O sadismo de um suposto Deus,
Que apenas observa minha silenciosa tortura.
Sofro em língua estrangeira,
Ecos da memória vindo da realidade.

Como dói saber que acontecerá de novo,
Semana após semana,
Entregando-me à loucura
Que hoje, é meu ponto de equilíbrio.

Gabriel Vitor Tortejada