14 março, 2010

Compilação

O mar mostrou sua verdadeira forma,
Já não me é desconhecido como aos gregos,
Também não é errado como para os náufragos,
Mas me tomou como faz com eles.

Vamos achar o mapa do meu coração,
Já que esse eu perdi há muito.
Ou talvez tenha rasgado, não sei.
As chaves você tem,
Só temos de descobrir onde usá-las.

Os sonhos são o flerte de nossa insanidade,
O resquício de temos de nossa humanidade.
Vamos nos perder em nossos sonhos,
E talvez então assim eu aprenda a amar,
Já que amar em razão sei que não há caminho.

Tendes flores nos cabelos para mim,
Estavas esperando por mim,
Assim como eu por você.
Ensine-me a amar como os românticos,
Que lamentar já não quero como meu feitio,
Não mais.

Vendi minha alma às razões ingratas,
Curti as emoções até estáticas,
Venci a dor pelo contentamento,
Recusando o paradoxo vangloriado por Camões.

É meu mar, é minha flor,
É o canto de minha voz rouca,
É meu suplico desajeitado
E a uso para suplicar a você mesma:
Ensina-me a amar.

Gabriel Vitor Tortejada