24 agosto, 2009

O Ladrão de Ases

João Xingote era um menino despreocupado. Escondia por trás de sua natureza galanteadora e pícara uma pessoa que naquele bairro ninguém sonharia em ver. Era um sujeito lido e culto, algo que não gostava de mostrar, já que não se valorizava nada disso na época. João do Ás, assim que era mais conhecido por suas trapaças em jogos de cartas e grande impulso de roubar um às de espadas que qualquer baralho a seu alcance.

Sua barba rala ocultava sua idade. Tinha 18, diziam 15, o que era muito vantajoso na hora de seus golpes em idosas. Veio de boa família, mas se esforçava em não aparentar, pois nada lhe trazia tanto prazer como colecionar reais aqui e ali. Dinheiro era um de seus dois pontos fracos. O outro? A insensibilidade quanto o amor que ele mesmo assumia, para si apenas.

Dentre suas maiores conquistas está a luxúria consumada com Joana Alevina, que se arrependeu logo em seguida da maneira que se espalhou tal verdade. A mulher, com seus 37 anos, era viúva e sedenta por amor jovial. E não era raro conseguir, já que o quanto de experiência tinha também de formosura. A graça que tinha ao desfilar pelas ruas do bairro de Santa Cecília era de se admirar, deixava caídos os queixos dos homens e explodia a inveja/ciúmes das mulheres. Seu aroma de rosas ficava em qualquer lugar que passasse. Não é visão de moléstia que merece por se entregar a João, mas sim digna de compreensão, já que a imagem que era para o público masculino, ele era também para o feminino, principalmente as jovens levando-se a considerar que as casadas não eram muito adeptas do adultério.

Nessa postagem pedirei que comentem, estou inseguro quanto ao decorrer dessa história e se devo continuar nesse tipo de linguagem que é nova para mim. Essa experiência decorreu da minha leitura de Capitães da Areia - Jorge Amado. Continuarei a história da mesma maneira, mas quero opiniões.. =)

07 agosto, 2009

Simplesmente não sei

Na síntese do amor
Digo coisas que não entendo,
E entendo palavras que não sei dizer.

Sinto em minha alma ausente,
As confusões de alguém inexperiente,
Que ao vento são jogadas a se perder.

Do amor não conheço o que se sente,
Mas sim o que se vê.
A dor compartilho com inconseqüentes
Que, como eles,
Oportunidades levei a me vender.

Carne e sangue em mim pulsam,
Como o humano que provo ser.
Em rios, sentimentos batem em minha mente,
E sem reconhecer, deles não sei escrever.

Gabriel Vitor Tortejada