24 outubro, 2011

Da Dor


Finalmente aquele vazio se apoderou de meu peito novamente, meu passageiro sinistro, aquele único que me dá vontade de escrever. Não é que esteja faltando algo para mim, mas que algo tenha sido arrancado e em um só golpe meu coração se trincou em pedaços tão pequenos que nem se dá pra notar. Mas estão lá: Frágeis e doloridos os trincos estão lá lembrando-me a cada golfada de ar que insiro em meus pulmões. A dor voltou e não há um minuto sequer que eu não queira que ela se vá.

A intensidade com a qual me lembro de seu toque, foi há 5 minutos que estragamos tudo. Ela não intende minhas respostas diretas, minhas críticas súbitas, minha frieza aparente. Tento lembrá-la a cada segundo e quão desesperadamente e profundamente apaixonado estou, mas parece que não é o suficiente. Meu amor toma forma de carinho, admiração. Meus olhares carinhosos, meus toques cuidadosos e meus risos de malícia parecem não ser mais o suficiente. E enquanto me lembro, as lágrimas caem aos olhos.

Não consigo ver ponto em uma discussão na qual nenhum dos dois derruba estandarte, desiste da luta e parte para a trégua. Sinto-me ridiculamente lutando por uma folha de papel. A singela folha de papel que para mim não significa nada, mas para ela é tudo. Ajudem-me a entender por que o Amor sempre se machuca pelos motivos mais idiotas. Que num mundo não sentimental seriam tratados apenas como enganos, mas que a nós sempre acaba destruindo aos poucos.

Meu amor permanece o mesmo, intocado, inabalado, resplandecente como de costume, mas é meu coração que sofre as consequências, é meu emocional que se abala e sou eu que desmorono a cada palavra proferida contra mim. A minha vontade é sumir do mundo, mas assim que passa isso pela minha cabeça, lembro que se eu sumir do mundo não estarei com você.


Gabriel Vitor Tortejada

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