17 junho, 2010

Onde chegamos?

Não há limites para a idiotice. E mesmo que houvesse, duvido que alguém um dia preveria por ser um limite extremamente grande. Eis que apresento a personagem: Juliana, 27 anos e muita vida pela frente. Suas burradas nunca foram tão grandes quanto a da noite passada. Apresentava-se ao trabalho cedo, fazia todas as tarefas com louvor e empenho, nunca existiu nenhum obstáculo que pudesse impedi-la de realizar seu trabalho. Mesmo com dificuldades apresentava-se uma excelente funcionária e nunca falhava.

Estava no escritório há 6 meses. Impressionava a todos com sua capacidade de administradora e não era raro ser chamada para reuniões sociais pelos funcionários da empresa, esse foi o problema. Sempre extrovertida, fazia amigos com facilidade e acabou por se aproximar de seu chefe, Anselmo, em um relacionamento cordial. Até o dia em que um happy hour foi marcado. Estavam todos num bar, dividindo drinks e conversando animadamente. Enquanto o nível etílico se elevava, a conversa se tornava a cada passo mais pessoal.

Anselmo e Juliana trocaram olhares e, antes que percebessem, estavam aos beijos em um canto obscuro próximo da mesa de bilhar. Sorte dos dois que a maioria do pessoal da empresa já tinha se retirado, já que o happy hour acabou se prolongando para o início de uma madrugada. Infelizmente para a mulher, tinha esquecido da posição hierárquica que se mantinha na empresa e como sua posição naquela sala confortável estava em risco. Anselmo também respondia a alguém. Todos têm um chefe de alguma maneira. E a partir daquele momento os dois estavam na berlinda quanto ao emprego.

O chefe, casado. A funcionária, há uma assinatura do divórcio. As coisas ficaram mais claras quando Juliana voltou para casa para ter uma conversa com sua mãe, que estava sóbria. A expressão de espanto da mulher era legível até para um cego. Não havia palavras o suficiente para descrever  a ação impensada da filha. E também ações para que fosse resolvida a questão. Ela tinha violado uma regra que, de tão explícita, ninguém fala sobre: Não se relacionar afetivamente com colegas de trabalho, principalmente o seu chefe.
 
Como chegamos ao presente, não há solução para a questão levantada. Não há acontecimentos que digam o que aconteceu com Juliana, mas uma frase que sua mãe falou é uma ótima conclusão para o caso descrito aqui:

- É mais fácil um camelo passar por um buraco de agulha, do que um imbecil entrar no reino dos céus.

Gabriel Vitor Tortejada

Um comentário:

Athina Path disse...

hummm...em Iracema, Moacir ,o herói romântico (que não comete erros, respeitador etc.) foi liberto da culpa de ter dormido com a virgem sagrada por estar sob o efeito da bebida de Tupã...sua personagem Juliana,apesar de não ser uma heroína romântica, estava fora de si,bêbada...teria ela culpa ._. ? seria ela uma imbecil?